E depois do MVP?

Fazer um MVP é até tranquilo, difícil é saber o que fazer depois.

Ayrla Melo
3 min readFeb 10, 2021

Há muito não escrevo para a Zeropay. Isso aconteceu principalmente por dois motivos: (1) as festas de fim de ano coladas em um início de ano morgado e (2) o início do novo projeto da empresa acabou tomando conta de basicamente toda a minha carga horário, principalmente quando iniciamos o nosso processo de preparação para um MVP — ou Produto Mínimo Viável.

O que me fez voltar a escrever?

Entrei oficialmente na área de UX Design em setembro de 2020, quando comecei a trabalhar como Product Designer Jr. na Zeropay e por isso ainda estou descobrindo a área e estudando à medida em que as demandas do trabalho vão surgindo, quando bate aquela curiosidade sobre determinado assunto ou ainda quando sinto falta de um aprofundamento maior em algum tópico.

Foi o que aconteceu recentemente, ao começarmos a produção de um novo MVP. Agora, que estamos criando códigos e telas, a seguinte pergunta surgiu na minha cabeça:

Conceito de MVP pronto, mas e após o lançamento?

Depois de uma busca rápida em alguns sites e livros, a resposta mais óbvia pareceu bastante apropriada: pesquisar. E, neste caso, a pesquisa não é para descobrir algo, mas sim para validar as hipóteses levantadas para o MVP. E como isso será feito? Você pode responder que basta ouvir os feedbacks dos novos usuários, verificar as métricas, entrevistar aqueles que se encaixam no perfil da nossa persona… contudo, essas parecem respostas indiscutíveis para mim e, assim, fui atrás de algo mais profundo.

Precisamos esclarecer uma coisa: um MVP ou um produto mínimo viável nada mais é do que um dos muitos processos presentes no desenvolvimento de um produto. O que quero dizer é que ele não chega a ser o produto propriamente dito, mas uma amostra do potencial daquela ideia, tanto para a empresa quanto para os usuários que acabam, de uma forma ou de outra, se encantando por aquele “processo” e, consequentemente, buscando por mais!

Sendo uma “processo” e não o produto final, encarar o MVP como uma parte já pronta do produto, encaixar novas features de acordo com as pesquisas, métricas e feedbacks colhidos, pode ser uma próxima etapa capaz de desestruturar o produto, a equipe e, em muitos casos, as startups como um todo, muito pela ânsia de um sucesso rápido ou pela falta de planejamento, entre outros.

O MVP não é o produto final, mas e aí?

E aí que após finalizar o MVP, a empresa deve continuar focando no problema que gostaria de resolver desde o início, assumindo que a solução construída ainda no MVP é coerente com todos os pontos relevantes para a empresa, ou seja, basicamente negócio, tecnologia e design (caso contrário, é interessante dar alguns passos para trás e, quem sabe, começar novamente).

O que muitas empresas que começaram com um MVP e hoje são gigantes têm em comum? Todas elas começaram focando em um único ponto, sem abraçar o mundo com as pernas ou sonhar tão alto ao ponto de se ver completamente longe da realidade de mercado.

Refinamento é a palavra chave para esse momento do projeto.

Escutar os feedbacks, conversar com os usuários, trazer o cliente para perto do projeto de nada vai adiantar se não houver um objetivo claro e total alinhamento da equipe trabalhando no produto. Dar prioridade as features que compõem a solução para aquele problema daquele grupo específico de pessoas é o que poderá garantir um ciclo de vida mais logo para seu novo produto.

Depois disso, bem, você pode continuar ouvindo seus usuários, desenvolvendo novas features e voltando aqui para ler mais textos sobre experiência do usuário ;)

Até mais!

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